Artigo Aterro de Alta Performance – (AP) parte 2 – Obras de Pavimentação

O uso do penetrômetro agregado a sondagens a trado e percussão, seguido de ensaios de compactação com diversas
situações, condições e composições, permitirá que um Aterro de Alta Performance (AP – ler artigo anterior) venha atender às solicitações de carregamento, climáticas e estruturais entre os solos de fundação e a estrutura sobrejacente, caso a caso.

Execução de Aterros de Alta Performance focada nas possíveis melhorias de subleito de pavimentação e nas camadas de sub base e base, além das soluções com reforços, trarão certamente reduções de custos na obras.

No caso de pavimentação o que estamos propondo não se trata de uma nova tecnologia, mas sim, o maior Rigor em utilizar as técnicas sobejamente conhecidas, disponíveis e simples que não vem sendo utilizadas com devidorigor, justificadas por falta de recursos e/ou tempo.

Acreditamos – e podemos constatar – que o que falta são melhores esclarecimentos sobre os benefícios (redução de custos, 01473_03-090709-med[1]maior segurança e menor risco da obra/empreendimento) com a execução da investigação geológica geotécnica adequada.

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Maior Investimento em IGG, Projeto, ATO e CT (Aterro de Alta Performance – ler artigo anterior) trará uma economia na obra muito maior do que o valor final do custo da obra caso as investigações não sejam executadas com rigor.

No caso de pavimentação, o maior investimento na engenharia geotécnica para as camadas de fundação, sub leito, ou reforço, trará redução das espessuras das camadas mais nobres, como: sub bases, bases e capas de asfalto ou concreto.

Exemplificando: podemos ter um melhor aproveitamento das camadas de solos existentes no local, conhecendo-os melhor, experimentando misturas entre eles, testando aditivos como cal, cimento e outros adicionando materiais inertes existentes (pedregulho, entulho, brita) e utilizando  reforços geossintéticos.

Como vimos no parágrafo anterior, é importante destacar que há uma ampla gama de possibilidade para executar um aterro de baixo custo e alta qualidade. Porém, as técnicas existentes não são exploradas, e as convencionalmente utilizadas trazem maiores custos, menores benefícios e menor qualidade.

Portanto, nos projetos de Aterros de AP para pavimentos, devemos desenvolver estudos de alternativas de misturas testando-as em laboratório e analisar os benefícios de sua utilização nas camadas de pavimento (reforço do subleito, sub-base e base) de modo a escolher a melhor opção, considerando custos, prazos e condições climáticas.

Na área de pavimentação, principalmente rodoviária, é muito comum estudos sobre a utilização dos solos locais a fim de transformá-los em solos melhorados onde a resistência, deformabilidade, expansibilidade, colapsividade e ou permeabilidade são melhoradas significativamente.

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Assim, estudos como propomos aqui, são desenvolvidos viabilizando solos de comportamentos difíceis ou de utilização inviável, transformando-os em solos competentes e capazes de desenvolver funções de reforço do subleito, sub bases e bases.

O mesmo se aplica a estradas de terra vicinais que também podem ter seu desempenho melhorado significativamente com a melhoria dos solos locais. Assim, podemos fazer um tratamento superficial misturando solos locais com agregados graúdos e miúdos e/ou aditivos como cimento, cal e outros.

Um fator que merece o maior destaque no Aterro de Alta Performance (AP) é a água proveniente tanto das chuvas (drenagem superficial) como a originada do lençol freático (subterrânea). Para estes cenários, devemos utilizar ensaios de campo e laboratório que permitem avaliar as conseqüências do umedecimento dos solos até a saturação, em condições compactadas e naturais.

Além da avaliação do comportamento dos solos através de ensaios de campo e laboratório é imperioso evitar seu umedecimento e, com maior rigor, sua saturação.

São notoriamente conhecidos os efeitos nocivos no comportamento dos solos quando sujeitos ao processo de umedecimento / saturação, principalmente, quando consideradas cargas cíclicas.

Ressalta-se que as obras de pavimentação são sujeitas à cargas cíclicas (ou repetidas) cujo efeito também pode ser simulado em laboratório através de ensaios triaxiais.

Um projeto rigoroso (Aterro AP) deve também considerar a drenagem superficial e subsuperficial. Assim, devemos dar especial atenção ao dimensionamento de dispositivos de drenagem, com perfeita captação e escoamento das águas de modo que estas não atinjam as camadas de pavimentação.

Inclusive e, principalmente, as águas de chuva que escoam sobre o pavimento e podem infiltrar em trincas e fissuras da capa (ou revestimento) atingindo camadas inferiores e que quando da passagem dos veículos são bombeadas para cima.

Também a drenagem superficial é fundamental para que nas chuvas haja praticamente nenhuma película de água sobre a superfície pavimentada de forma a minimizar as infiltrações e aquaplanagem

As águas que porventura atinjam as camadas de pavimento certamente acarretarão na redução da vida útil dos mesmos.

Eng. Mauro Hernandez Lozano

 

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