Riscos de Ruína – Sempre Presente – em Engenharia de Solos

Por Mauro Lozano:

Poucos dizem ou sabem que qualquer obra de engenharia esta em risco de ruína (utilização) ou de serviço. Muitos, porintuição, sabiam, mas não desejam admitir ou considerar tal risco.

Neste artigo vamos nos ater aos problemas de solos, ou engenharia civil geotécnica, tais como: deslizamentos, fundações, barragens, erosões, assoreamentos etc.O fato é que os cálculos de engenharia estão baseados em modelos de cálculos e estes por sua vez precisam considerar o comportamento dos solos em face de ações e solicitações.

Ou seja, quando os maciços de solos (fundações, taludes, aterros e etc) são submetidos a uma ação ou solicitação precisam ter seu comportamento traduzido ou estimado pelos modelos de cálculo. O engenheiro através dos cálculos prevê o que o Casa_desab-334533-med[1]comportamento de sua obra à ruína conferindo-a a devida segurança.

O problema está na validade dos modelos de cálculos adotados e, principalmente, na variabilidade nos parâmetros de engenharia (resistência, deformabilidade e permeabilidade) que adotados nestes modelos de cálculos e que deveriam retratar o comportamento dos solos.

Para que os modelos de cálculos traduzam ou estimem, com maior ou menor precisão, os comportamentos dos solos nós dependemos de suas hipóteses de constituição e dos parâmetros de engenharia dos solos.

São muitas as incertezas e variabilidades dos elementos de engenharia de solos acarretando grandes incertezas nas previsões de engenharia. Assim cabe ao engenheiro geotécnico conhecer suas limitações de calculo e tomar decisões em face das incertezas.

A engenharia civil e, principalmente, a geotécnica se depara com muitas incertezas, portanto, as decisões devem ser tomadas mediante aos elementos e suas de confiabilidades estatísticas (solos) não cabendo o termo de ciência exata como é posto para a engenharia na linguagem adotada socialmente.

Assim o que na verdade é necessário que o engenheiro saiba lidar com as resistências dos materiais e sua distribuição estatística (variação) em torno de um valor médio assim como com as solicitações que também não são determinísticas apresentando geralmente uma distribuição em torno de um valor médio.

O engenheiro civil geotécnico e toda a sociedade devem ter consciência desta questão estatística (variabilidade) entre a resistência e solicitações para tratar dos problemas enfocando de uma forma probabilística e não meramente determinística com até agora vemos tratando.

Ou seja, o problema de ruína sempre apresenta uma probabilidade de ocorrência assim devemos ver o risco envolvido. Risco é a probabilidade de ruína multiplicada pelo custo envolvido. Sempre estamos comprometidos com um risco. O que importa é saber qual é o risco e quem irá assumi-lo.

Não podemos continuar nos enganando com relação aos riscos inerentes às obras de engenharia civil achando que se trata de uma ciência exata e estamos tratando de um evento determinístico.

Devemos então ver que em função do nível de conhecimento sobre os solos envolvidos. Isto é, sua distribuição (dos solos) em um subsolo ou maciço de terra – dependência da quantidade e interpretação das sondagens no terreno – e as propriedades de resistência, deformabilidade e permeabilidade dos solos existentes – dependência dos ensaios de laboratório realizados e interpretação dos resultados termos maior ou menor incerteza.

E, quanto maior as incertezas, maior o fator de segurança de segurança a ser adotada, maior a probabilidade de ruína e riscos e consequentemente maiores serão os custos envolvidos na realização das obras.

Estas incertezas podem ser reduzidas quando durante as obra podemos realizar o apoio técnico onde se avalia os parâmetros de engenharia adotados através de ensaios de laboratório, campo e instrumentação geotécnica. Ver quadro abaixo.

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