As Chuvas Causam os Problemas?
Costuma-se dizer que as chuvas causaram problemas: na pavimentação, na contenção, no muro de arrimo, na barragem, no deslizamento, de erosão, inundação e etc. Entretanto, na linguagem tecnicamente correta a chuva não causa o problema, mas sim o deflagra.
Qual seria a importância disto para sociedade?
Portanto, é a falta da aplicação dos conhecimentos de engenharia que acarreta os problemas que se evidenciam nas épocas de chuvas, ou seja, são problemas previsíveis podendo ser equacionados, mitigados ou minimizados.
O que aconteceu é que as obras de infra-estrutura não foram e, provavelmente, não estão sendo realizadas ou analisadas com a plenitude da tecnologia existente sobre a engenharia civil geotécnica.
Fato é que a intensidade e duração das chuvas podem ser previstas pelos conhecimentos sobre hidrologia, as vazões põem ser quantificadas pela hidráulica e os fenômenos sobre estabilidade dos solos e rochas podem ser quantificados pela geologia, geotecnia e hidrogeologia.
A hidrologia, hidráulica, geologia, geotecnia e hidrogeologia são disciplinas da engenharia civil que deveriam ser aplicadas adequadamente para segurança e redução de custos da sociedade.
Apenas com os conhecimentos das diferentes especificidades da engenharia civil, mais especificamente da engenharia geotécnica, é que podemos diagnosticas os problemas em potencial e seus níveis de segurança e de riscos.
E, assim, agir com projetos adequados, seguros e econômicos, para conferir a sociedade menos transtornos que temos observado anos após anos de forma crescente e desastrosos.
A drenagem geotécnica representa uma visão das consequências que as águas podem trazer aos solos sob o efeito da águas superficiais, subterrânea e infiltrações.
De posse deste conhecimento a engenharia civil geotécnica projetará as ações a serem realizadas para disciplinar o fluxo de água superficial e em subterrâneo, dificultar ou impedir a infiltração de água ou até facilitá-la de modo que estas não instabilizem os solos e consequentemente as obras sobre estes.
Os solos podem colapsar expandir e ou perder a resistência apenas sob o efeito de elevação da umidade trazendo como resultados os problemas de ruptura, deslizamentos e trincas assim torna-se imperioso saber a potencialidade de tais patologias para que sejam tomadas as devidas providencias.
Solos colapsivos são muito comuns em quase todo interior centro oeste de São Paulo e ainda pouco conhecido por poderem trazer trincas a edificações e outros efeitos daninhos as obras de engenharia civil.
O que temos notado é execução de obras de pavimentação sem execução destes ensaios e sem controle de qualidade trazendo como resultados pavimentos que mal suportam as primeiras chuvas onerando a sociedade.
As erosões e assoreamentos são comuns e até banalizados achando tratarem-se apenas como conseqüências de muitas chuvas quando na verdade ocorrem por falta de conhecimento técnico (existente e disponível) e ou falta de aplicação de tecnologia existente.
Enfim parece valer o ditado de que a ignorância simplifica. No caso, entendemos socialmente que a chuva é a causa. Quando na verdade a causa é a falta de aplicação de uma tecnologia disponível pela engenharia civil geotécnica não aplicada para servir a sociedade.